sábado, 6 de novembro de 2010

BUDISMO NA VIDA DIÁRIA

Gohonzon, o Supremo Objeto de Devoção

Edição 1600 - Publicado em 21/Abril/2001 - Página A6

A compreensão do Gohonzon não deve ser analisada meramente sob o ponto de vista do sentido literal dos caracteres nele contidos. A simples capacidade de ler o que está escrito no Gohonzon não traz nenhum benefício, tampouco significa que a pessoa realmente o compreende.
Na escritura “Resposta à Dama Nitinyo”, Nitiren Daishonin observa: “É neste sentido que o Gohonzon é chamado de mandala, em sânscrito, e é indicativo de ‘perfeitamente dotado’ e ‘total concentração de benefícios’. Este Gohonzon existe unicamente na palavra fé, tal como o sutra ensina: ‘Pode-se penetrar através da fé’.” (As Escrituras de Nitiren Daishonin, vol. 1, pág. 326.)
Em nossa prática diária do Gongyo, no capítulo Hoben, lemos a frase “i-shu-nan-gue”, que significa “ainda que seja difícil compreender sua intenção”. Na Preleção dos Capítulos Hoben e Juryo consta: “Sobre o significado do trecho ‘ainda que seja difícil de compreender sua inteção’, o presidente Toda esclareceu: ‘Enquanto o Buda vê o que está para acontecer, para nós o futuro é totalmente obscuro e só podemos ver o que já passou. Por essa razão, é difícil para nós despertarmos para a essência do Gohonzon. É suficiente acreditarmos sinceramente no Gohonzon, não importando o quê. Se assim procedermos, então infalivelmente receberemos benefícios. De nada adiantará se duvidarmos no meio do caminho.’(...) “
A ‘intenção’ de Nitiren Daishonin é possibilitar todas as pessoas a tornarem-se budas. Portanto, é impossível que aqueles que abraçam o budismo por toda a vida não atinjam a verdadeira felicidade.
“Contudo, no curso de nossa prática, vários acontecimentos ocorrem devido a causas negativas e tendências de nossa própria vida. Pode haver ocasiões em que pensamos: ‘O que fiz para merecer isso?’ No entanto, não devemos ser influenciados a cada vez que essas situações ocorrerem, pois são uma certeza de que seremos felizes no final. Devemos considerar tudo o que nos ocorre como parte de nossa prática para atingir a felicidade, como nosso treinamento. Se assim fizermos, então, mais tarde, compreenderemos o profundo ‘significado’ e a ‘intenção’ de cada um desses acontecimentos.” (Preleção dos Capítulos Hoben e Juryo, pág. 78.)
Em outro trecho também consta: “Nossa vida passa a ser o Gohonzon quando realizamos a prática da Lei Mística para nós mesmos e para os outros. Nós podemos realmente fazer com que nossa vida brilhe como a entidade da Lei Mística.
“O presidente Toda disse: ’O Gohonzon penetra totalmente em nossa vida quando adoramos e recitamos o Nam-myoho-rengue-kyo. Quando abrimos os olhos e observamos o Universo, ali encontramos o Gohonzon. E quando fechamos os olhos e contemplamos o interior de nosso ser, o Gohonzon também aparece ali claramente, com uma força cada vez mais poderosa e um brilho cada vez mais resplandecente’.” (Ibidem, pág. 126.)
Dessa forma, o que torna possível estabelecer o Nam-myoho-rengue-kyo no centro de nossa vida, iluminando nossas condições inferiores, é exatamente o poder da fé e a prática para si e para os outros. Por isso, devemos desafiar a dar continuidade em nossa prática ao Gohonzon com a firme convicção de que todos estão plenamente dotados com o mais supremo tesouro que é o estado de Buda.

Fontes de pesquisa: Terceira Civilização, edição no 354, fevereiro de 1998 — “Gohonzon: O Tesouro da Vida”. Guia Prático do Budismo.

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