sexta-feira, 11 de março de 2011


Os Encantos da Filosofia Budista - Para Iniciantes


Carma - parte 2

Edição 2070 - Publicado em 05/Fevereiro/2011 - Página A6

O significado da transformação do carma

Três categorias de ação
São: pensamentos, palavras e ações. Por meio das três, o carma é formado. De um outro ponto de vista, a vida de uma pessoa define-se pela forma como ela pensa, fala e age.
Carma são valores
Carma, portanto, são os valores de uma pessoa. Esses valores que partem do coração são os que definem a vida. E eles não desaparecem com a morte. Por isso, é tão importante ficar atento ao “tesouro do coração”.
Carma e Chakubuku
Mudar o coração de uma pessoa é modificar o próprio carma. Por isso, o Chakubuku é a verdadeira prática da transformação cármica. Tal prática transforma tanto o coração do apresentador, que se esforça em fazer alguém feliz, quanto do convidado, que se torna feliz, ao superar seu sofrimento apoiado pelo apresentador.
Carma é energia
Essa energia cármica só é superada pela energia vital do estado de Buda. Tal energia é absoluta e não sofre influência do carma; pelo contrário, o influencia.
A energia vital
A energia vital do estado de Buda é absoluta porque se baseia em valores universais. Um buda é guiado pelo supremo valor da dignidade da vida. Ou seja, um valor universal, inerente a tudo e a todos e que nunca muda. Os seres humanos possuem esse valor no âmbito mais profundo do seu ser. Basta, apenas, torná-lo manifesto.
Vida e morte
Com relação à vida e à morte, pode-se afirmar que a “vida” é quando a energia do carma assume uma forma fixa; e a “morte”, é quando a vida deixa de ser forma e torna-se una com a vida do Universo como um fluxo de pura energia.
A influência das ações
O presidente Ikeda comenta: “O que continua após a morte? A conclusão de Sakyamuni é que o carma continua. Nossas circunstâncias na presente existência são o efeito de nossas ações passadas (carma), e nossas ações no presente determinam as circunstâncias de nossas ações no futuro. Ou seja, a influência de nossas ações prosseguem de uma existência para outra, transcendendo a vida e a morte. Essencialmente, é a energia do carma que continua além do nascimento e da morte”. (Brasil Seikyo, edição no 1.520, 21 de agosto de 1999, pág. 3).
Uma visão interessante
A energia cármica não se limita apenas ao indivíduo, pois ela interage com a energia cármica dos outros. Numa dimensão interior da vida, essa energia cármica latente funde-se à energia latente da família desse indivíduo, do grupo étnico e da humanidade. Da mesma forma, funde-se com a energia dos animais e das plantas.
Voltando ao ponto
O que liberta uma pessoa de seu carma é quando ela sabe como transformá-lo. Esse saber é a sabedoria do Buda que iluminará todos os pensamentos, palavras e ações. O Budismo explica o carma para mostrar como transformá-lo.
Para mudar o carma
É preciso manter os olhos fixos na própria vida. É estar disposto a mudar o próprio coração, os próprios valores. Em outras palavras, é a revolução humana.
Enfrentando o carma
Para tanto, ao fazer um juramento de manter a vida na órbita do Buda e enfrentar as dificuldades, é necessário um coração repleto de energia vital. Em outras palavras, é necessária uma firme fé na própria natureza de Buda.
Iluminação
Sobre isso, o presidente Ikeda orienta: “Quando enfrentamos nosso carma diretamente, podemos evidenciar nosso potencial para a iluminação. Não limitamos também nossa atenção ao carma pessoal. Quando nos libertamos das amarras do carma, precisamos nos dedicar em ajudar outras pessoas que também estão sofrendo a fazerem o mesmo. Em última instância, precisamos prestar atenção à tarefa de transformar o carma de toda a humanidade. Este é o caminho para a iluminação de si próprio e o de outros. Ao mesmo tempo em que nos empenhamos para transformar nosso próprio carma, ajudamos nossos amigos a transformarem o seu também. É para essa finalidade que existem as atividades da SGI. Este é o caminho fundamental e correto da prática budista”. (Terceira Civilização, edição no 433, setembro de 2004, pág. 18.)
Firme fé
A forma de colocarmos em prática a “firme fé em nossa própria natureza de Buda” é realizando o Chakubuku.
Conclusão
“Nós não focalizamos nosso carma somente para saldar nosso ‘débito cármico’ e fechar o balanço em zero. Nosso objetivo é transformar nossa ‘conta negativa’ num grande ‘saldo positivo’. Este é o princípio da transformação do carma no Budismo de Nitiren Daishonin. E é a natureza de Buda existente na vida de todas as pessoas que torna isso possível. O desafio de transformar o carma é sustentado pela firme fé em nossa própria natureza de Buda.” (Ibidem).
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